Melhores Empresas de Serviço do Ceará

O Ceará tem tradição histórica nos gestos de arrojo. A determinação e a ousadia estão presentes na formação da índole cearense, sendo hoje uma marca nossa, um emblema que nos anuncia em todos os lugares.
Quando se estuda as razões dessa audácia cearense encontra-se como raiz fundamental a luta grandiosa e terrível da remota capitania do Siará – Grande contra a natureza, as intempéries, a eterna insegurança climática que sempre exigiram do homem um esforço titânico para sobreviver. Acostumando – se a vencer adversidades que aos outros pareciam intransponíveis, o cearense aprendeu a superar-se a si mesmo, extrapolando sua capacidade criativa e de trabalho, num desempenho que vem marcando com êxito definitivos, a própria história nacional.
O pioneirismo é um desses traços característicos do Ceará. A vontade de chegar primeiro, de fincar a primeira bandeira, embala o imaginário cearense. O cearense inventou a carne de charque, instalou o primeiro banco provincial (a administração do Padre Alencar fundou o Banco do ceará, 2ª casa bancária do país), foi o primeiro a libertar os escravos, criou (com José de Alencar) o romance nacional e a poesia popular (Com Juvenal Galeno), além de dar ao Brasil o seu maior jurista (Clóvis Beiviláqua) e o maior filósofo (Farias Brito).

A inteligência do cearense tem na arte sua grande expressão. As rendas do Aracati, há quase duzentos anos, enfeitam o mundo e um poeta popular, o Patativa do Assaré, camponês iletrado, é hoje estudado nas Universidades de Sorbone e Salamanca como exemplo natural da criatividade lírica e épica.
No século dezoito na região do Aracati e no vale do acaraú foram instaladas as charqueadas, oficinas onde se produzia a carne de charque para a exportação. Hoje o charque é chamado de “carne do sul”, mas poucos sabem que o cearense José Pinto Martins que, em 1778, montou a primeira fábrica de charque no Rio Grande do Sul, no lugar onde nasceria a cidade de Pelotas.
Em seguida tivemos o Ciclo do Algodão. Nos finais do século dezoito o algodão deixa de ser apenas a matéria – prima dos teares domésticos para se transformar no mais importante produto de exportação da capitania.
Fomos ajudados pela Revolução Industrial da Inglaterra e, depois pela Guerra da Secessão, nos Estados Unidos. Durante algum tempo o Ceará foi o grande fornecedor de fibra de algodão para a Europa.
A iniciativa empresarial começa a tomar identidade desde a separação da Província do Ceará da de Pernambuco, em 1799. Em 1812 foi montada por Luis Barba de Menezes, uma fábrica de louça vidrada. A partir dali muitas outras iniciativas haveriam de marcar o empreendimento fabril do Ceará, destacando–se o pioneirismo da família Pompeu de Souza Brasil, fundadora da primeira fábrica de tecidos entre 1881 e 1883.
Em 1891 surge a Companhia Cearense de Curtumes, e propriedade de Manuel Gomes Barbosa, Carlos Studart e José Joaquim Simões. Neste mesmo ano de 1891 a família Albano instala uma fábrica de meias, sendo ainda deste período a Fábrica de Cigarros Fortaleza, a Fábrica de Tecidos Sobral, a Fábrica de Pólvora de Sobral, uma fábrica de sabão no Crato, uma indústria farmacêutica em Baturité, a Indústria de Calçados Manuel Bertrand, a Usina Gurgel e a Fundição cearense, montada pelos ingleses Spear e Marsden, posteriormente adquirida por seus ex – operários Valdivino Soares e José Cândido Freire.

O começo do século vinte marca a trajetória empreendedora das famílias Diogo e Philomeno Gomes. Os Diogo fabricando sabão, óleos vegetais, tecidos, cigarros, sal e também construindo imóveis. Os Philomeno com cigarros, óleos vegetais, beneficiamento de algodão, fábrica de tecidos, construção civil, hotéis e cajucultura.

Dos meados do século aos nossos dias o crescimento empresarial em nosso estado foi vertiginoso. Grandes grupos econômicos se formaram, abrindo o mercado de trabalho e ensejando uma arrecadação de grande porte ao erário público. As mais destacadas empresas pertencem a quatro holdigs que emblemam perfeitamente tudo o que estivemos comentado sobre a tenacidade e o espírito de iniciativa do homem cearense. Os capitães destes grupos empresariais participaram do nada para constituir, de forma honrada, suas fortunas: Grupo J. Macêdo, Grupo Edson Queiroz, Grupo Jereissati e Grupo M. Dias Branco.
Mas esta raça de vencedores não extinguiu, e, com a mesma impetuosidade desenvolve sua saga. O Ceará continua a ser uma usina de grandes iniciativas. Uma terra onde da dificuldade se fazem grandes empreendimentos e ousados projetos.
Este livro, DESTAQUES EMPRESARIAIS 1995, iniciativa da Fundação João Pontes, quer mostrar que o sentimento realizador continua vivo no Ceará e em plena efervescência. Está aqui a geração contemporânea do empresariado cearense. Sua Indústria, sua iniciativa, sua perseverança, seu sucesso.

Um elenco de conterrâneo nossos que, no espaço que o destino lhes deu, se transformaram em realizadores. FAZER é o verbo dos diligentes, dos participantes. Quem faz é instrumento de Deus na eterna construção do mundo. Na cinzenta multidão dos que se movem nos aluviões da vida, muitos nem notam a paisagem, enquanto outros estão sempre prontos para enfrentar os moinhos de vento. Enxergar além da pedra, transceder os limites é o ofício perpétuo dos especiais. Aos que lerem este livro pedimos para prestar atenção na história de seus participantes. São pessoas comuns que, por vontade de determinação, resolveram se tornar especiais. Verifiquem que suas vidas e seu trabalho são pontuados de otimismo e fé no futuro. Gente que acredita em si e no país. E que não ficou na margem da história esperando o abraço da sorte. Porque até a sorte é construída. Podem crer.

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